terça-feira, 1 de novembro de 2011

Medidas para evitar mortes por câncer de mama no País


Entre as sete recomendações divulgadas pelo Inca está o prazo de três meses, no máximo, entre o diagnóstico e o início do tratamento. Há 50 mil novos casos por ano

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou ontem sete recomendações para evitar a mortalidade por câncer de mama. A mais importante é a que prevê que o prazo entre o diagnóstico e o início do tratamento não pode ultrapassar três meses.

“Este intervalo não compromete a sobrevida da mulher. Pessoas que demoram mais tempo tendem a não ter o benefício esperado da cirurgia e podem vir a falecer”, disse Ronaldo Corrêa, da divisão de atenção do Inca.

Segundo o instituto, cerca de 50 mil casos novos da doença surgem por ano, matando quase 12 mil mulheres. No Rio, 88,3 entre cada 100 mil mulheres desenvolvem a doença.

Entre as medidas recomendadas está o prazo máximo de 60 e 120 dias para as pacientes com câncer de mama começarem a fazer os tratamentos de quimioterapia e radioterapia, respectivamente. O Inca prevê também que a paciente seja tratada por uma equipe médica multidisciplinar e tenha inclusive suporte espiritual e psicológico. Além disso, a mulher deve receber acompanhamento hormonal, para que não haja proliferação das células cancerosas, o que poderia aumentar a gravidade da doença.

Espera por mais de 100 dias

Levantamento da Federação de Apoio à Saúde da Mama (Femama) aponta que a espera pela cirurgia leva em média 188 dias para pacientes que utilizam a rede pública. Um exemplo do problema foi o que aconteceu com a aposentada Letícia Rodrigues da Silva, de 62 anos, moradora do Lins, na Zona Norte do Rio.

Após realizar uma mamografia, que apontou a presença de um caroço, a idosa recebeu encaminhamento para fazer uma ultrassonografia no dia 10 de julho. No entanto, ela só fez o exame no dia 20 de outubro, mais de três meses depois do pedido.

O motivo da demora na realização do importante exame foi a falta de vagas na rede municipal de saúde. Felizmente, o novo exame não revelou nenhuma doença. “E se fosse um tumor e tivesse se alastrado ou aumentado? Mesmo tendo agido com precaução, eu seria mais uma vítima”, questionou, indignada, a paciente.

Saiba mais

PREVENÇÃO
Para o oncologista Ricardo Caponero, da Femama, toda mulher deve passar por uma avaliação de risco. Segundo ele, as chances de desenvolver o câncer de mama são maiores quando parentes de primeiro grau também sofreram com a doença.

Além da avaliação, a mamografia deve ser realizada uma vez por ano em mulheres acima dos 50 ou com mais de 40 anos e com histórico familiar de risco.

Obesidade, tabagismo e alcoolismo também devem ser evitados.

NÃO É LEI!
A medida do Inca não tem valor de lei. Os órgãos municipais e estaduais de saúde têm autonomia para aderirem ou não. “Não podemos obrigar, mas esperamos que haja uma sensibilização para que estas medidas sejam adotadas”, afirmou o oncologista do Inca Ronaldo Corrêa.

ADESÃO NO RIO
A secretaria Municipal de Saúde informou que vai aderir às recomendações do Inca. Para receber o tratamento, a mulher deve procurar os postos de saúde ou as clínicas da família, de onde será encaminhada para tratamento se houver necessidade. A secretaria Estadual de Saúde não informou se vai aderir ao protocolo do Inca.

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